sábado, 14 de novembro de 2009

CULTURA  POCONEANA






Marizeth de Amorim Campos
Professora de História
Escola Estadual “Dom Francisco de Aquino Corrêa”
Poconé-MT








Resumo




Podemos também considerar o conceito de cultura, em um sentido restrito, como produção intelectual de um povo, expressa nas produções filosóficas, científicas, artísticas, literárias, religiosas, em resumo, nas manifestações espirituais e culturais.
Este artigo dedico carinhosamente para a turma do 9º ano, da Escola Dom Francisco de Aquino Corrêa, sem distinção de discentes, pois todos conseguiram um “pedaço do meu coração”.Espero ter ajudado a ter um pouco de conhecimento da nossa cutura, pois não podemos abandonar temos que garantir e sustentar a nossa tradição.






O Professor de notação não pode ensinar o aluno a nadar na areia fazendo-o imitar seus gestos, mas leva-o a lançar-se na água em sua companhia para que aprenda a nadar lutando contra as ondas, fazendo seu corpo coexistir com o corpo ondulante que o acolhe e repele,revelando que o diálogo do aluno não se pode travar com seu professor de notação, mas com a água. O diálogo do aluno é como o pensamento, com a cultura corporificada nas obras e nas práticas sociais e transmitida pela linguagem e pelos gestos do professor, simples mediador.
(Marilena Chauí)



  Alunos do 9º ano, realizando pesquisa sobre Cultura poconeana.
A vocês dedico  este  Artigo.






  Introdução








Neste artigo pretendo expor um breve relato referente a um trabalho realizado com a turma do 9º ano, Período matutino, da Escola Estadual “Dom Francisco de Aquino Corrêa”, situada no Distrito de Cangas a 20 km de Poconé, trabalhando com os Discentes a cultura poconeana, ou seja, a sua Identidade Cultural, a importância do turismo para a cidade, e assim comentando sobre alguns pontos turísticos da cidade, a sua origem e a fundamentação do município de Poconé. Colocando em questão uma breve reflexão das principais manifestações culturais do folclore que a cidade dispõe como por exemplo: A Dança dos Mascarados,Cururu, Siriri, a Festa de São Benedito, Divino Espírito Santo e da Padroeira da cidade N.S do Rosário, e a Cavalhada . Além dos principais Pontos Turísticos da Cidade como: A Praça da Matriz, Praça Bem Rondon, Ruínas da Usina Termo Elétrica,Tanque da Rua. Assim considerando fundamentalmente o entendimento sobre a preservação dos valores culturais e ambientais caracteriza-se, crescentemente, como uma tendência da atualidade nos mostrar uma linguagem objetiva, com uma visão ampla da realidade concreta, manutenção de uma identidade específicas, que garantam às pessoas a referencia do seu lugar, com isso ajudando os alunos um maior entendimento no processo ensino-aprendizagem.
O artigo tornou-se realidade graças as preocupações quanto a melhoria do processo ensino-aprendizagem e respeito às características da cidade poconeana, levando em conta dinamismo do povo hospitaleira da cidade de Poconé, que oportunizou condições para que este trabalho fosse concretizado e que mantesse uma postura de expressar o que de melhor tem a Cidade de Poconé a oferecer a seus visitantes.


 
 
  Palavra-chave: Memória poconeana








Cidade de Poconé: Sua Origem







Imagem do centro de Poconé

Poconé, Portal do Pantanal Mato-grossense. Por volta de 1777, com a descoberta de ricas veias calorífera aluviais, surgiu o núcleo do povoamento, denominado povo indígena Beri-Poconé, habitava a região.
Em 21/01/1781 foi elevado à categoria de Arraial, com a denominação de São Pedro Del Rei, em homenagem a D. Pedro II de Portugal. O Decreto, Lei Providencial de 25/01/1831 criou o município, com a denominação de Villa de Poconé, voltado o nome antigo, pouco modificado. Neste decreto, ocorreu pela primeira vez a designação de limites em ato de criação de município em Mato Grosso,tornando assim a 4º da província do Estado. Com o esgotamento das minas de ouro a agricultura e pecuária passaram a nortear a economia do município, que hoje se volta também para o turismo.
A 01 de junho de 1863, através d lei provincial, o município de Poconé, recebeu foro de cidade.
  O município dispõe de um espaço de realizações de shows e festas populares é um palco fixo localizado na praça da matriz no centro do município.
Poconé dispõe de várias praças que fazem parte da beleza e até mesmo da cultura poconeana, pois não há visitantes que não os apreciam.
A principal praça é a tradicional Praça da Matriz, área central da cidade, reunidos um conjunto de casas em estilo colonial mesclada com outras em estilo do ano 60. O Primeiro ponto de visitação é a Igreja Nossa Senhora do Rosário, reconstituída em 1986.
A Praça Bem Rondon, destacando os casarões que pertenceram aos fazendeiros de menos posse durante o período de formação da cidade. A arquitetura é do tipo colonial português com algumas interferências. Após poderemos conhecer as Ruínas da Usina Termo Elétrica, construída na década de 30, que possibilitou os moradores a iluminação (antes feitas por lampião a vela e querosene) até as 22h00minh. Em seguida ,poderemos conhecer o complexo histórico do Tanque da Rua.Este local é composta de Ruína de Habitação ,tratando de vestígios arqueológicos de uma construção com alicerces em pedra canga e paredes de taipa de pilão e adobes. O Tanque da Rua, também é conhecido como o Tanque da Ressaca. Recebeu esse nome devido ao fato das pessoas utilizarem-no para recomporem as energias desgastadas por suas atividades diárias.
No local encontramos a Cacimba do Rei. Trata-se de um poço ,uma espécie de emparedado de pedras cangas lavradas que após mais de dois séculos,continuam em excelente estado de conservação e não esgotado, observando-se a existência de água a poucos metros de profundidade.Também , logo em frente , a antiga Casa do Senhor João Epifhaneo da Costa marques.Trata- se de uma residência de um Senhor de referencia famoso,um fazendeiro local, cuja importância está relacionada principalmente, as contribuições prestadas para o desenvolvimento da cidade, devendo-se a ele, a construção da Igreja Menino Jesus.
A Igreja Menino Jesus, é uma visita imperdível, pois é datada de 1922, obedecendo a um padrão arquitetônico típico de influencia português, com uma torre e um galo encimado em seu pico. Hoje a Igreja Menino Jesus é aberta as portas para a população apenas para realização de velórios.
É importante registrar também a Casa do Artesão, onde podemos encontrar em exposições diversos trabalhos manuais feitos pelos artesões do município.
O Córrego Teresa Botas, também faz parte do complexo do Tanque da Rua, cuja importância remota ao período pré-colonizador, quando os índios utilizavam suas águas para banho e consumo servindo como abastecimento de água e eixo para a formação da cidade. O Parque Temático de Mineração Beri – Poconé localiza-se na região central do município de fácil acesso, é uma área recuperada onde foi inserida vegetação nativa e espécies ornamentais.
Sabemos que a preservação do patrimônio da cidade depende dos Poderes Públicos, em principalmente do povo que ali habitam.



A atuação nos espaços urbanos requer, assim, nova postura profissional e política, com a agregação de novos parceiros e com a compreensão do organismo dinâmico que é da cidade.





(Maria Cristina Rocha Simão, 2001, p.20)



De acordo com Maria Cristina Rocha Simão, a cidade para manter viva suas tradições precisa adotar uma postura política, e felizmente o Poder Público Municipal de Poconé, mantem em ativa as construções de prédios com manifestações culturais, pois em frente da Igreja Menino Jesus agora se encontra um prédio onde é localizado A Casa do Turismo, com fachadas verdes e estrutura moderna, onde encontramos de fácil acesso informações referente as nossas culturas e pontos turístico da cidade.




Poconé e sua Cultura Popular
 


Antes de abordar a questão da cultura popular poconeana, seria interessante estabelecer o que é cultura popular. Segundo Aranha (Filosofia da Educação, 1998, p.40).
O conceito de cultura popular é complexo [...]. De maneira geral ,consiste na cultura anônima produzida pelo homem do campo, das cidades do interior ou pela população suburbana das grandes cidades.



Já da forma mais sucinta, Ferreira Gullar compreende a “cultura popular” como a “tomada de consciência da realidade brasileira”.
Com todas essas referencias referente à “cultura popular”, levamos em conta que na verdade não deixa de ser uma manifestação das “tradições”, que esta na memória de um povo, ou seja, levando em conta a cultura poconeana às tradições esta na memória coletiva do povo que residem à cidade e das que visitam.
Como parte da cultura popular é cultivada as festas religiosas de São Benedito, Espírito Santo, N.S do Rosário, que tais festas são realizadas na Casa das Festas da cidade, com direito ao almoço e jantar, com o portão aberto para o povo que assim prestigiam a cultura. N a praça da Matriz é o por to principal da cidade ,enfrente da Igreja da Matriz(Nossa Senhora do Rosário), acontece a cultura da Iluminação é das festas do Divino Espírito Santo e São Benedito,pois fica todo iluminado em frente da Igreja com várias candelárias iluminadas.
Na festa de São Benedito já é tradição na ultima semana da festa, em um domingo acontecer à tradicional “Cavalhada”, com seus respectivos cavalheiros é um evento histórico e emocionante onde apresente a luta dos Mouros e Cristões para resgatar a princesa, que por causa da mesma acontece conflitos e guerras.









Imagem da Cavalhada de Poconé




Em todas as manifestações culturais da cidade são apresentadas as Danças: Cururu, Siriri e a Dança dos Mascarados, esta ultima é cartão de visita. Não há festas onde ela não acontece, também são apresentadas para visitantes da cidade poconeana. O poconeano é um povo que cultua secularmente suas tradições e conserva suas características originais de todas suas atrações que encanta, no conjunto das maravilhas culturais do município, essa cidade plural é conhecida como “Cidade Rosa”.







Os Máscarados

Meninos dancando a Dança dos Máscarados


 
A Dança Dos Mascarados: Origem




É de conhecimento geral que os Mascarados, pertencem à cultura poconeana e possui uma tradição histórica.

A origem da dança é uma questão duvidosa e contraditória, pois há quem diga que possui origem indígena e era dançada pelos índios “poconés”, cujo chefe da tribo era “Congo Mango”, verdadeiro inventor da Dança dos Mascarados.
Além disso, comenta-se que a Dança dos Mascarados vem dos costumes indígenas, mas foi enriquecida pelos colonizadores europeus, em especial os espanhóis.









O Ritmo






A música é tocada pela tradicional “Banda Municipal de Poconé” que possui 14 participantes e é regido pelo mestre “Sr. Augusto”.
O mestre é conhecedor de toda a coreografia e assim o tempo certo de cada música.
A banda utiliza sete instrumentos: dois saxofones, um piston, uma tumba, uma caixa, um tambor, um prato.





 
Música










Em relação à música não há qualquer documento referentes á elas, e sempre foi e é passada para o mestre sem nenhuma partitura ou registro.
Em 2002, foi feita uma entrevista com o Pároco Joaquim Tébar, referente á música da Dança dos Mascarados e de acordo com o depoimento, “a música é de origem européia, unida a Áustria, chegando à Espanha e trazida até a região de Poconé pelos espanhóis.”
Além disso, não existe semelhança entre a dança e a música, possuindo características distintas.







A Dança









A Dança dos Mascarados é realizada por 28 figurantes, distribuídos em 12 pares, 3 balizas e 1 estandarte.
Os participantes são apenas homens, devido ao grande esforço físico que a dança requer, pois são necessários passos largos, cadência e animação. Todas as danças são comandadas pelo marcante, que usa como instrumento um apito.
Ao todo são 12 danças e cada uma com seu respectivo nome e características, são elas:
Entrada- cavalinho- entra soltando; primeira e segunda com forte influência espanhola na música e no passo.
Joaquina: a que requer mais resistência;
Trança Fitas: dança com seis galões e seis damas;
Harpejada: dança com passos mais rápidos;
Lundu: cumprimento, mas de forma diferenciada;
Tem ainda a dança do violão, caradura (cara-de-pau);
Retirada, despedindo-se do público.









A Dança Nos Dias Atuais








Atualmente o grupo de “Dança dos Mascarados”, é coordenado pelo Profº “João Benedito da Silva”, também atual presidente.
Através de sua dedicação e trabalho, o grupo foi subdividido em turmas com faixa etária de:





- Grupo Mirim: 5 a 11 anos;





- Grupo de jovens: 15 a 17 anos:





- Grupo dos Adultos: 17 a 20 anos:





- Grupo dos veteranos, que é composta pelos antigos dançadores e que pouco se apresentam devido à idade.
Podemos também relatar a parceria entre as escolas e a coordenadoria dos dançarinos em que participam apenas os meninos que freqüentam as aulas regularmente.













Conclusão










A idéia de trabalhar esse tema com os alunos do 9º ano foi ótima, pois só assim tiveram acesso e conhecimento às matérias que dizem respeito a sua cidade, mesmo morando no Distrito de Cangas não deixam de ser poconeano de sangue e de coração. Ao meu ver, primeiramente temos que conhecer a nossa origem e a nossa cultura natal ,ou seja a nossa identidade cultural para que depois tenhamos conhecimento da nossa cultura nacional .
Pois o poconeano é povo que cultua secularmente suas tradições. “ Conserva as características originais das festas, danças, comidas típicas, artesanatos e todas as tradições que encontram no conjunto das maravilhas culturais do município,” conhecido como” Cidade Rosa”.
Portanto, para que tenhamos tais belezas coloniais e até mesmo contemporâneas, e a nossa cultura popular, precisamos manter vivo em nossa mente uma simples ideologia: que temos que ter ética cultural e ambiental, só assim preservará a nossa cidade e a nossa tradição. E está sendo criados novos grupos infantis na modalidade grupo folclórico dos Mascarados, inovando os participantes, sendo que em todos os eventos culturais, municipais, estaduais, regionais e até mesmo nacionais esta tradicional dança poconeana já foi apresentado.
Hoje, o “Centro cultural” da cidade, mantém vivo na memória do povo poconeano e até mesmo para os visitantes da cidade a tradicional “Dança dos Mascarados”, e outras manifestações culturais.















BIBLIOGRAFIA











-ARANHA, Maria Lúcia de Arruda, Filosofia da Educação, 2º edição- SP,



Brasil, moderna, 1996



BAPTISTELLA, Rosana. Danças Populares de Mato Grosso.



Cuiabá, 1997.



-CARMO, Terezinha Maria. Delegada Regional de Educação e Cultura. Puccini-



Mt1986.



-Secretaria Municipal de Turismo e Meio Ambiente. Guia Turístico,



Poconé-MT.



-SIMÃO, Maria Cristina Rocha, Preservação Cultural em Cidades, Belo Horizonte, Autêntica, 2001.



-ORTIZ, Renato, 1947- Cultura brasileira e identidade nacional, 5ª edição São Paulo,



Brasiliense, 1994.



-VELHO, Gilberto, Individualismo e Cultura: Notas para uma Antropologia da Sociedade Contemporânea, 5ª edição, Rio de Janeiro, Jorge Zahar ED, 1999.
































































































 










































































































 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 








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