quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A importância de aprender a Ler

A IMPORTÂNCIA DE APRENDER A LER












Autoria: MARTINS Marilza Alves














Resumo




O presente Artigo tem como objetivo analisar a importância de se aprender a ler.Pois ler é um processo de interação entre leitor e texto, ou melhor entre leitor e autor, na qual deve proporcionar ao aluno a condição de bom leitor de textos, capaz de analisar e compreender idéias dos autores e de identificar no que lê os elementos básicos e os efeitos de sentido que buscam envolver o leitor. E importante que os aluno tenham oportunidade de exercitar –se na percepção das várias leituras possíveis de um mesmo texto, assim a criança perceberá que a leitura não é apenas uma tarefa na escola, mas está presente em todo contexto de comunicação. Os dados deste estudo foram coletados pela observação participante, que possibilitou a construção da proposta de intervenção “A importância de aprender a ler”, realizada com alunos da turma da Alfabetização da Escola Estadual D. Francisco de Aquino Correa, Município de Poconé, no mês de novembro de 2009.


Palavras chaves: Leitura, Educação, Importância de Aprender ler.





















Segundo o PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais), “É importante que as escolas planejem atividades organizadas e direcionadas para as metas preestabelecidas de forma que, ao realizá-las, os alunos tomem coletivamente, decisões sobre o desenvolvimento do ensino, assim como conheçam e discutam meios de produção.” (PCN. 1997: 32)
Diante disso, para que a motivação seja caminho que conduza à aprendizagem, é imprescindível que haja relação harmoniosa, permeada pelo diálogo entre educador e educando, onde um conheça a vida do outro, não apenas na sala de aula, mas também em espaços extra-escolares. Acredita-se que, agindo assim, é possível entender as diferenças individuais presentes no contexto, tais como; a personalidade, o grau de interesse pelo estudo, o amadurecimento emocional, entre outras. Estas diferenças devem ser consideradas em sua totalidade, pois cada um possui a sua história, sendo, portanto, fruto da mesma. Então, motivar para aprendizagem é permitir que os educandos descubram seu jeito de aprender, sem ferir o seu jeito de ser.
Nosso ideal está voltado para esse princípio, com intuito sempre de transformação e de valorização da nossa história, do nosso cotidiano.
Segundo Paulo Freire (1996:4) diz que saber ensinar não é transmitir conhecimento mas criar as possibilidades para a sua construção. Quando entro em uma sala de aula devo estar sendo um ser aberto a indagações, às perguntas dos alunos e suas indagações, um ser crítico e inquiridor, inquieto em face da tarefa que tenho a de ensinar não de transmitir conhecimento. Sendo assim, faz-se necessário a boa formação profissional do educador, que venha ao encontro com as necessidades dos educandos, e adaptação a um mundo de transformação, para que possa participar realmente do processo aprendizagem para possibilitar assim a construção do conhecimento. Dando a si próprio e a sua clientela a oportunidade de crescer intelectualmente através de questionamentos críticas que possam ocorrer no decorres de suas atividades em desenvolvimento. A maior parte dos conhecimentos humanos é obtida por intermédio da leitura.
Por isso, é preciso ler muito, continuamente e com regularidade, pois ler constantemente significa aprender a conhecer, interpretar, decifrar, distinguir os elementos fundamentais dos secundários. É fundamental, que no processo de aprendizagem as pessoas aprendam a buscar as fontes adequadas para a leitura . Com muitas fontes disponíveis para a leitura, sendo ou não todas importantes, a leitura deve conduzir à obtenção de informações tanto básicas quanto específicas, variando a maneira de ler, segundo os propósitos em vista. Mas sem perder os objetivos determinados, mantendo a unidade de pensamento, avaliando o que se lê;
Uma leitura para ser proveitosa e trazer resultados satisfatórios deve ser feita com atenção, ou seja, aplicar cuidadosa e profundamente o pensamento em determinado texto, buscando o entendimento, a assimilação e a apreensão dos conteúdos básicos do mesmo.Deve ter uma preocupação com o conhecimento de todas as palavras, utilizando para isso glossários e dicionários.
O conhecimento é a compreensão inteligível da realidade, que o sujeito humano adquire através do estudo e de sua confrontação com a realidade histórica, política, econômica, cultural e existencial ( Freire, 1996: 6). Seu grande objetivo deve ser o de elucidar essa realidade e não apenas reter informações contida em fontes de pesquisa ou interpretadas a partir da própria realidade. Portanto, o conhecimento possui uma finalidade pragmática porque permite ações adequadas para a satisfação das necessidades humanas e estabelecer formas de compreensão do mundo em que vivemos.
A motivação para a aprendizagem deve acontecer naturalmente, onde o educando, consciente de que a vida é dinâmica e não estática e que o objetivo da existência é o desenvolvimento, seja capaz de querer desenvolver-se em todos os aspectos. Desta forma, o educando, motivado, ultrapassa todos os obstáculos para alcançar seus objetivos. Tudo o que ele faz, faz bem feito porque realmente sente prazer em lutar por aquilo que gosta. De acordo com Carrell (1970: 99). Alguém pode estar motivado para aprender algo porque gosta, e aprende mais rapidamente e melhor.
Aprender a ler é, antes de mais nada, aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, não numa manipulação mecânica de palavras, mas numa relação dinâmica que vincula linguagem e realidade. Ademais, a aprendizagem da leitura é um ato de educação e educação é um ato profundamente político ( Mattos 2004: 91). Toda essa terrível realidade sócio-econômica, além de gerar uma enorme exclusão social, impede milhões de pessoas do ato de ler e escrever, justamente porque o processo de dominação política ,econômica e cultural da formação social brasileira implementaram uma política educacional que contribuiu para consolidar a escola como uma instituição conservadora, alienante, imitativa da organização do trabalho no sistema produtivo. Nós ainda temos no Brasil uma escola incapaz de ajudar na superação da enorme dívida social e na formação de cidadãos capazes de fazer uma leitura crítica do mundo e dos motivos que nos levaram a ter uma realidade histórica tão trágica.
Aprender a ler é muito mais do que simplesmente aprender o valor sonoro das letras, juntar sílabas, palavras, frases. É preciso proporcionar ao aluno contato e a interação com textos escritos, de modo que ele possa perceber as funções sociais de escrita, para que os textos sejam motivadores, é necessárias as compreensões globais, propiciando ao aluno o envolvimento não só do ponto de vista cognitivo, mas também emocional, e a visão de seu significado em relação à vida. Para dar resposta a esse desafio educacional a escola deve se organizar em torno dos quatros pilares da aprendizagem: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a aprender e aprender a ser, pois são fundamentais ao longo de toda a vida dos educandos, instrumentos da compreensão, tais como aprender a conhecer o mundo ao qual pertence sendo capaz de observar o que se é necessário para viver dignamente, buscando desenvolver-se as suas capacidades profissionais, para comunicar, e transmitir conhecimento adquirido.
Diante disso, temos a escola que exige participação integral do aluno. Quanto mais contato e envolvimento ele tiver com situações de aprendizagem como agente e construtor, mais fácil e significativa será a aprendizagem.Tornar o filho um bom leitor é pensar que esse será seu modo de crescer e aprender, mesmo depois de sair da escola, como individuo mergulhador na comunidade, com sua profissão, seus deveres e direitos de cidadãos. Se os pais derem as mãos aos professores, aí sim, a escola se tornará mais família e a família, mais escola. E o resultado desse elo de ligação escola/família será o sucesso para todos os envolvidos.
A Escola Estadual “Dom Francisco de Aquino Corrêa”, atende a uma clientela de vários níveis sociais, sendo do Distrito de Cangas (Poconé) e comunidades vizinhas. Os alunos de outras comunidades que aqui estudam vêm de ônibus da Prefeitura Municipal de Poconé em convênio com a Secretaria Estadual de Educação, chegam a percorrer até 80 Kms para terem acesso à escola e alguns dos alunos ficam no internato “Ascención Dorado Tébar”, e muitos deles fazem o trajeto de bicicleta, sendo que esses trajetos chegam a mais de 10 Km.
A idade dos alunos é bastante diversificada, apresentando assim a defasagem Idade/Série, sendo realizados a progressão com alunos que apresenta bom desempenho.
As famílias que formam a comunidade onde a escola está inserida, em sua maioria não possuem salário fixo, trabalham em diversas funções como: agricultura, pecuária, garimpo, comércio, etc. Muitas Famílias não possuem moradias adequadas para uma boa higiene.
Na escola há alguns casos de evasão, os motivos que mais contribuem são: Desemprego; Falta de estrutura familiar; Falta de incentivo e acompanhamento dos pais; A escola trabalha com vários projetos e materiais variados para um melhor incentivo dos alunos; Cultura Viva envolvendo danças ( Siriri, Cururu, São Gonçalo e outros); Música; Teatro; Meio Ambiente Vivo; Farmácia Viva; Horta Escolar; Despertar para a Leitura; Adote um aluno; Minha Segunda Casa e Projeto Lixo:Problema ou Solução.
Diante da análise, da Escola Estadual D. Francisco de Aquino Correa, pode se observar, os projetos da música e do teatro, estes envolvem e estimulam a prática da Escrita, refletir-se sobre as informações diariamente tornou-se tarefa das mais complexas, de modo que cada vez mais os educadores precisam ser desafiados a compará-las e a buscá-las em diferentes fontes, formar estudantes críticos e conscientes dos seus direitos e deveres, faz parte dos grandes desafios da educação e o contato com jornais e revistas possibilitam aos educandos uma leitura mais ampla do mundo em que vivemos.Trazer para a sala de aula notícias, reportagens, depoimentos, com enfoques e pontos de vista diferentes sobre um assunto pode contribuir para estimular o gosto pela leitura e desenvolver as habilidades de comparar, selecionar, analisar, sintetizar e argumentar, a fim de ampliar o olhar e a criticidade.
Acreditamos que o papel da escola deveria ser o de formar leitores para vida inteira. O livro deveria ser o instrumento por excelência na vida das pessoas. E a escola que começa o estímulo e a criação de hábitos para a leitura. Em sociedade letradas a constituição do leitor depende crucialmente da biblioteca e da escola, e do ambiente que o sujeito leitor é exposto aos livros. São lugares sociais que costumamos valorizar, em função das possibilidades que a escolarização e a leitura abrem para o exercício da cidadania.
Um dos aspectos mais importante no trabalho pedagógico é saber construir um plano e organizar as atividades que serão desenvolvidas. Para isso, deve-se considerar a realidade dos alunos (experiências, conhecimentos acumulados, estágio cognitivo), a realidade escolar, condições de trabalho, números de alunos na sala, recursos materiais disponíveis, formação continuada, a realidade familiar estimulo, envolvimento.
Mais do que métodos e técnicas de motivação para ler, são necessários providências que se relacionem à história do aluno na sociedade , principalmente em sua família. Não se pode separar a prática da leitura da vida em família e na comunidade. Não é uma questão a ser revolvida apenas na escola e pela escola.
Enquanto lemos, vivemos uma experiência transformadora. Nossa mente tem várias funções, entre elas a memória, a atenção, a sensibilidade, e os diferentes tipos de raciocínio. Afinal, com o processo mental operando ao ler, a pessoa transforma seu modo de ser e de ver o mundo e de interagir com ele. Embora a escola incentive e deseje a leitura, dificilmente forma leitor, se não tiver o apoio dos pais. Isto porque, as relações sociais, na família, são espontâneas, envoltas em emoções partilhadas e valores afirmados e/ ou vivenciados por todos. Pais, avós, irmãos têm histórias de vida em conjunto e influem fortemente sobre os filhos, desde sua mais tenra idade, principalmente por suas atitudes, gestos e práticas em diferentes circunstâncias. Na escola há um currículo a ser cumprido, uma hierarquia, há direitos e deveres, e a escola não consegue, de forma alguma, substituir a família na formação de valores; pode colaborar com ela. Ela propõe, sugere, procura o apoio dos pais, mas é dos avós e parentes próximos que vem a grande energia, a colocação de limites, a valorização do esforço, em favor do futuro de seus descendentes.
Antes de tudo, deve ficar claro que a aprendizagem é um processo, não pode nunca se reduzir a uma questão de “tudo ou nada”, (Coll Salvador 1994: p. 149) Isto é, a aprendizagem tais como “este aluno aprendeu, mas aquele não.” Se aprender é um processo , então o caminho em direção ao universo cientifico é longo, demorado e cheio de obstáculos. Aliás, basta pensar em quanto tempo demoramos, cada um de nós, para aprender a ser cientistas e professores pesquisadores.Que são elementos fundamentais, para compreensão das relações entre trabalho, cidadania e aprendizagem. Dominar não só a leitura e a escrita, mas também as outras linguagens utilizadas pelo homem, por que não analisar dados e situações, compreender o contexto e agir sobre ele, ser receptor crítico e ativo dos meios de comunicação localizar a informação e utiliza-la criativamente se tornam sobres estratégico para a vida cidadã no contexto democrático.
Se nós educadores refletirmos sobre nossa prática, analisarmos nossos avanços e fizermos o balanço sobre as aprendizagens, significativas ou não, que oportunizarmos, teremos condições de revolucionar a educação e a própria sociedade.
São muitas as teorias e idéias de grandes pensadores para a educação. Mas só com a capacidade de refletir sobre nossas práticas pedagógicas e redimensiona-las será possível fazer germinar uma escola mais atraente, com objetivos voltados para a formação de um cidadão crítico e participativo, apostando na evolução do ser sujeito. Refletir sobre nossas aulas é um desafio, pois refletir é tomar posição, é avaliar, é avançar, é repensar as ações; é desejar fazer melhor.Desenvolver a capacidade leitora dos alunos. Por isso, todos os textos devem ser seguidos de atividades que auxiliam na construção de conhecimentos, habilidades e procedimentos relativos à leitura que não estejam automaticamente atreladas a exercícios sobre leitura. Criar situações em que eles possam simplesmente ter uma experiência positiva, de apreciação estética, é fundamental para que desenvolvam o gosto pela leitura. Aprender a ler a palavra escrita deve ser o ato da continuidade da leitura que aprendemos a fazer da vida, deve ser o ato de adentrar nos textos, criar uma disciplina intelectual que viabilize um saber vivo, fixado de forma a levar o individuo a ter a capacidade de interagir com o mundo de forma criativa, consciente e acima de tudo como sujeito capaz de reescrever o mundo, quer dizer, transforma-lo através de uma prática consciente. (Freire 1996: 42).
O educador que quer obter êxito no processo educativo precisa perceber que não estamos sós no mundo. Cada um de nós é ser no mundo, capaz de pensar, aprender, ensinar, criar e a fazer leituras da vida e do mundo. Por isso mesmo somos capazes de decodificar as letras, de ler fonemas, ler palavras, ler frases, ler histórias, ler livros inteiros e seguir fazendo perguntas necessárias para a vida e a construção da vida em sociedade.
Por isso aprender a ler o mundo e a palavra escrita é uma prática fundamental e essencial para mudar as pessoas e para as pessoas mudarem o mundo. A leitura tem um papel central no processo de libertação dos que vivem oprimidos, dos que vivem alienados, dos que vivem excluídos. A leitura crítica do mundo e da palavra escrita é fundamental para impedir a destruição da Nação, na valorização da cultura nacional, enquanto raiz e identidade do povo brasileiro.
Não se cria uma sociedade nova da noite para o dia, assim como não se cria uma nova sociedade sem eleitores críticos, sem escolas críticas. Sem isso faltará sempre lucidez, consciência e capacidade para enfrentar a dominação, social e cultural.Trabalhar a leitura em sala de aula ajuda o leitor a desenvolver bons padrões lingüísticos, como a pronuncia certa das palavras, a boa articulação, o timbre de voz e a entonação adequados, a pausa, a pontuação, entre outros. Além, é claro, de ser trabalhar habilidades como a de ouvir e se fazer ouvir.








Referências Bibliográficas




BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais Brasília: MEC,1997


COLL SALVADOR. C. Aprendizagem escolar e construção do conhecimento. Porto Alegre, Artes Médicos. 1994.


FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. São Paulo. 1996.


________. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. Paulo Freire- 46, ed. – São Paulo, Cortez, 2005.


REVISTA MUNDO JOVEM. Um jornal de idéias maio/2004- (91).

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